Na primeira passagem oficial da presidenta Dilma Rousseff por terras potiguares, não faltaram as cenas típicas que se veem em eventos desse tipo no Rio Grande do Norte.
Ou seja, sobraram paparicos à maior autoridade do país e disputas das lideranças políticas locais para ver quem conseguia a melhor imagem - de preferência, ao lado da presidenta.
Nesse aspecto da melhor imagem, dois nomes se destacaram.
Um deles foi a ex-governadora Wilma de Faria. Se vive um momento de turbulência por conta das denúncias da Operação Sinal Fechado, Wilma ganhou de Dilma Rousseff um alento especial.
A presidenta fez questão de destacar o nome da aliada dentre todas as lideranças políticas presentes e se referiu à pessebista ainda como "governadora do Rio Grande do Norte".
Dilma lembrou ainda que partiu de Wilma a defesa inicial do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e que, depois disso, toda a classe política do Estado se mobilizou em torno do projeto.
Aliás, a união dos políticos potiguares sobre o novo aeroporto também foi ressaltada por Dilma e apontada por ela como fator fundamental para que a obra saísse do papel.
A presidenta também reservou palavras especiais para Garibaldi Filho, o representante do Estado no seu Ministério. Ela saudou o seu ministro da Previdência como "uma liderança que o Rio Grande do Norte produziu para o Brasil".
Mais elogios no discurso da presidenta, somente de forma genérica e direcionados aos potiguares como um todo, retratados por ela como um povo formado por homens e mulheres fortes, e de gente democrática.
Todos os demais líderes políticos presentes foram saudados de maneira protocolar por Dilma.
Inclusive, o deputado federal e líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que até conseguiu uma vaguinha no avião presidencial que partiu de Brasília e pousou na pista do futuro aeroporto, mas não recebeu nenhuma menção especial durante a fala da presidenta.
No discurso da presidenta, foram tratados como iguais os políticos governistas e os de oposição, que tiveram uma representação maior nas figuras do senador José Agripino (DEM), dos deputados federais Rogério Marinho (PSDB) e Felipe Maia (DEM).
Em compensação, não tiveram colher de chá da multidão presente nem a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), nem a prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV).
Parte do público não poupou vaias a Rosalba na hora em que ela proferia seu discurso e dedicou a mesma manifestação negativa quando Micarla teve o nome citado pelo dispositivo oficial.
De nada adiantou o gesto - digno de registro - de Rosalba em reconhecer o mérito dos antecessores Garibaldi Filho, Wilma de Faria e Iberê Ferreira de Souza (PSB) nas articulações iniciais em favor do aeroporto.
De toda forma, as vaias refletem a crise de popularidade enfrentada pelas duas governantes e já identificada por pesquisas de opinião pública.
Para além dos registros e dos gestos de interesse político, a primeira agenda oficial de Dilma Rousseff no Rio Grande do Norte deixa o principal: mais uma etapa concretizada para que o aeroporto de São Gonçalo do Amarante decole de vez.
É isto, no final das contas, que mais importa para os potiguares.
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