sábado, 5 de janeiro de 2013

Especialista em segurança dá dicas de como proteger o imóvel ao viajar de férias


“As pessoas têm o hábito de deixar a luz acesa ou um som ligado para intimidar os ladrões. Isso não é interessante, pois, pelo contrário, desperta a atenção de quem está de olho no local”, alerta Ricardo Roland, ex-fuzileiro naval, proprietário da Roland Vigilância, empresa que completará 20 anos no mercado natalense em maio próximo. Foi esse o procedimento dos invasores da casa dos caicoenses. Segundo vizinhos, eles cheiravam cola desde cedo e passavam em frente ao portão que sugeria estar apenas encostado. Foram descobertos por acaso.
Com a chegada do verão, a situação de ter moradias fechadas por semanas é propícia para o aumento da criminalidade. Para Ricardo, algumas medidas podem amenizar a vulnerabilidade. “Uma das principais seria avisar aos vizinhos sobre o período que passará fora, que dia e hora estará de volta, deixar um telefone de um parente ou amigo como contato, pois muitas vezes o celular não pega na praia”. Mesmo com sistemas de segurança, são cuidados básicos para evitar surpresas desagradáveis no retorno do veraneio.
Natal tem 25 empresas de segurança privada autorizadas pelo Ministério da Justiça e disciplinadas e fiscalizadas pela Polícia Federal.  Com mensalidades entre R$150 e R$3 mil, que determinam o nível de aparato tecnológico ofertado, elas cresceram no vácuo deixado pelo poder estatal. “Sem essa autorização, tem mais de 400 empresas clandestinas, segundo o último levantamento que fizemos. É uma concorrência desleal, que deixa o cliente com o risco de não ter a proteção que precisa. Isso também deve ser observado na hora de contratar a segurança privada”, diz Ricardo.
Ao chegar à praia, novos perigos. Em meio ao sol, cerveja e animação, veranistas esquecem procedimentos simples, geralmente as principais brechas encontradas por marginais. “Não pode relaxar. Todos os veículos devem dormir na garagem. Portas e janelas, fechadas. Evitar dormir nas varandas. E estar atento com vizinhos novos, que nunca apareceram na área, e conversar com os mais antigos”. Casos de arrastões, estupros coletivos e assassinatos são divulgados na imprensa com freqüência.
Sem a efetiva atuação do Estado, nos últimos anos, houve uma transferência para a sociedade do ônus de bloquear a ação de bandidos. “Insegurança pública é um problema de saúde. O crescimento da criminalidade, principalmente no Nordeste, chega, em alguns Estados, a mais de 200%. E como o Estado é uma máquina muito pesada, o problema sobra para o cidadão” – no Rio Grande do Norte, homicídios cresceram 189% de 2002 para cá. “Ninguém pode garantir 100% de segurança. Mesmo com cercas, alarmes, sistema de câmeras. Mas as pessoas devem prestar mais atenção em coisas aparentemente bobas e sempre, sempre conversar com vizinhos”.

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